quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Narrador e Foco Narrativo

O foco narrativo é narrador personagem e o narrador é de primeira pessoa.

Matheus Nascimento Silva

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Enredo

O autor procura o que escrever em sua ultima crônica, entra em um bar para tomar um café e olha ao seu redor.
Fala sobre sua falta de inspiração e do que gostaria de escrever. Então, ao ver que não está sozinho no bar observa e resolve fazer daquela situação uma crônica.
Narra a comemoração de um aniversário de uma garota de três anos de uma familia pobre, estes ficam satisfeitos ao poder comprar uma fatia de um bolo e uma coca-cola.
Por final fala da perturbação do homem ao perceber que está sendo observado, mas que simplesmente abre um sorriso.

Karisly Oliveira

Biografia: Fernando Tavares Sabino


Fernando Tavares Sabino, filho do procurador de partes e representante comercial Domingos Sabino, e de D. Odete Tavares Sabino, nasceu a 12 de outubro de 1923, Dia da criança, em Belo Horizonte. Foi um escritor e jornalista brasileiro. Durante a adolescência, foi locutor de programa de rádio e começou a colaborar regularmente com artigos, crônicas e contos em revistas da cidade, conquistando prêmios em concursossileiro. Começou a cursar a Faculdade de Direito e ingressou no jornalismo como redator da Folha de Minas na década de 1940.

Em 1930, após aprender a ler com a mãe, ingressa no curso primário do Grupo Escolar Afonso Pena, tendo como colega Hélio Pellegrino, que já era seu amigo dos tempos do Jardim da Infância. Torna-se leitor compulsivo, de tal forma que mais de uma vez chega em casa com um galo na testa, por haver dado com a cabeça num poste ao caminhar de livro aberto diante dos olhos. Desde cedo revela sua inclinação para a música, ouvindo atentamente sua irmã e o pai ao piano.

Tornou-se colaborador regular do jornal Correio da Manhã, onde conheceu Vinicius de Moraes, de quem se tornou amigo.
Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1944. Depois de se formar em Direito na Faculdade Federal do Rio de Janeiro em 1946, viajou com Vinicius de Moraes aos Estados Unidos da América, onde morou por dois anos em Nova Iorque.

Faleceu em sua casa em Ipanema (zona sul no Rio de Janeiro), vítima de câncer no fígado, às vésperas do 81º aniversário. A pedido, o epitáfio é o seguinte: "Aqui jaz Fernando Sabino, que nasceu homem e morreu menino."



Prêmio

Em julho de 1999 recebeu da Academia Brasileira de Letras o maior prêmio literário do Brasil, "Machado de Assis", pelo conjunto de sua obra.
O valor do prêmio, R$40.000,00, foi doado pelo autor a instituições destinadas a crianças carentes. O desembargador Alyrio Cavallieri, ex-juiz de menores, revelou que em 1992, todos os direitos recebidos pelo autor do polêmico livro "Zélia, uma paixão" também foram distribuídos a crianças pobres.


Suas Obras são:
Os grilos não cantam mais (1941, Pongetti)]
A marca (1944, José Olympio)
A cidade vazia (1950, O Cruzeiro)
A vida real (1952, Editora A Noite)
O encontro marcado (1956, Civilização Brasileira)
O homem nu (1960, Editora do Autor)
A mulher do vizinho (1962, Editora do Autor)
A companheira de viagem (1965, Editora do Autor)
A inglesa deslumbrada (1967, Sabiá)
Gente (1975, Record)
Deixa o Alfredo falar! (1976, Record)
O Encontro das Águas (1977, Record)
O grande mentecapto (1979, Record)
A falta que ela me faz (1980, Record)
O menino no espelho (1982, Record)
O Gato Sou Eu (1983, Record)
Macacos me mordam (1984, Record)
A vitória da infância (1984, Editora Nacional)
A faca de dois Gumes (1985, Record)
O Pintor que pintou o sete (1987, Berlendis & Vertecchia)
Martini Seco (1987, Ática)
O tabuleiro das damas (1988, Record)
De cabeça para baixo (1989, Record)
A volta por cima (1990, Record)
Zélia, uma paixão (1991, Record)
O bom ladrão (1992, Ática)
Aqui estamos todos nus (1993, Record)
Os restos mortais (1993, Ática)
A nudez da verdade (1994, Ática)
Com a graça de Deus (1995, Record)
O outro gume da faca (1996, Ática)
Um corpo de mulher (1997, Ática)
O homem feito (1998, Ática)
Amor de Capitu (1998, Ática)
No fim dá certo (1998, Record)
A chave do enigma (1999, Record)
O galo músico (1999, Record)
Cara ou coroa? (2000, Ática)
Duas novelas de amor (2000, Ática)
Livro aberto - Páginas soltas ao longo do tempo (2001, Record)
Cartas perto do coração - correspondência com Clarice Lispector (2001, Record)
Cartas na mesa - correspondência com Paulo Mendes Campos, Otto Lara Resende e Hélio Pellegrino (2002. Record)
Os caçadores de mentira (2003, Rocco)
Os movimentos simulados (2004, Record)


Tainá M Tabosa

A Última Crônica

A caminho de casa, entro num botequim da Gávea para tomar um café junto ao balcão. Na realidade estou adiando o momento de escrever. A perspectiva me assusta. Gostaria do estar inspirado, de coroar com êxito mais um ano nessa busca do pitoresco ou do irrisório no cotidiano de cada um. Eu pretendia apenas recolher da vida diária algo de seu disperso conteúdo humano, fruto da convivência, que a faz mais digna de ser vivida. Visava ao circunstancial, ao episódico. Nesta perseguição do acidental, quer um flagrante de esquina, quer nas palavras de uma criança ou num incidente doméstico, torno-me simples espectador e perco a noção do essencial. Sem mais nada para contar curvo a cabeça e tomo meu café, enquanto o verso do poeta se repete na lembrança: “assim eu quereria o meu último poema”. Não sou poeta e estou sem assunto. Lanço então um último olhar fora de mim, onde vivem os assuntos que merecem uma crônica. Ao fundo do botequim um casal de pretos acaba de sentar-se, numa das últimas mesas de mármore ao longo da parede de espelhos. A compostura da humildade, na contenção de gestos e palavras, deixa-se acentuar pela presença de uma negrinha de seus três anos, laço na cabeça, toda arrumadinha no vestido pobre, que se instalou também à mesa: mal ousa balançar as perninhas curtas ou correr os olhos grandes de curiosidade ao redor. Três seres equívocos que compõem em torno à mesa a instituição tradicional da família, célula da sociedade. Vejo, porém, que se preparam para algo mais que matar a fome. Passo a observá-los. O pai, depois de contar o dinheiro que discretamente retirou do bolso, aborda o garçom, inclinando-se para trás na cadeira, e aponta no balcão um pedaço de bolo sob a redoma. A mãe limita-se a ficar olhando imóvel, vagamente ansiosa, como se aguardasse a aprovação do garçom. Este ouve concentrado, o pedido do homem de depois se afasta para atendê-lo. A mulher suspira, olhando para os lados, a reassegurar-se da naturalidade de sua presença ali. A meu lado o garçom encaminha a ordem do freguês. O homem atrás do balcão apanha a porção do bolo com a mão, larga-o no pratinho – um bolo simples, amarelo-escuro, apenas uma pequena fatia triangular. A negrinha contida na sua expectativa olha a garrafa de coca-cola e o pratinho que o garçom deixou à sua frente. Por que não começar a comer? Vejo que os três, pai, mãe e filha, obedecem em torno à mesa a um discreto ritual. A mãe remexe na bolsa de plástico preto e brilhante, retira qualquer coisa. O pai se mune de uma caixa de fósforos, e espera. A filha aguarda também, atenta como um animalzinho. Ninguém mais observa alem de mim. São três velinhas brancas minúsculas, que a mãe espeta caprichosamente na fatia do bolo. E enquanto ela serve a coca-cola, o pai risca o fósforo e acende as velas. Como a um gesto ensaiado, a menininha repousa o queixo no mármore e sopra com força, apagando as chamas. Imediatamente Põe-se a bater palmas, muito compenetrada, cantando num balbucio, a que os pais se juntam, discretos: “Parabéns pra você, parabéns pra você...” Depois a mãe recolhe as velas, torna a guardá-las na bolsa. A negrinha agarra finalmente o bolo com as duas mãos sôfregas e põe-se a comê-lo. A mulher está olhando para ela com ternura – ajeita-lhe a fitinha no cabelo crespo, limpa o farelo de bolo que lhe cai ao colo. O pai corre os olhos pelo botequim, satisfeito, como a se convencer intimamente do sucesso da celebração. De súbito, dá comigo a observá-lo, nossos olhos se encontram, ele se perturba, constrangido – vacila, ameaça abaixar a cabeça, mas acaba sustentando o olhar e enfim se abre num sorriso. Assim eu quereria a minha última crônica: que fosse pura como esse sorriso.


A companheira de viagem.
Rio de Janeiro, Ed. Record, 1972.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Personagens

Em "A última crônica" há um narrador personagem(o autor), que observa a situação em que está para descrever sua ultima crônica;
Há uma familia humilde "mãe", "o homem"(pai) e a "negrinha"(filha), que comemora o seu terceiro aniversário;

Thais M. Tabosa

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Comentários

Aqui os alunos do grupo postarão seus comentarios sobre a crônica.